A Empresa nasce em julho de 2007 a partir de um estudo de viabilidade e posteriormente projeto de desenho e implantação de um empreendimento de exploração sustentável das florestas de coco de babaçu. Esse estudo contemplava a utilização mais comum do coco de babaçu que é a sua carbonização para atender consumo doméstico e consumo industrial (guseiras), assim como a extração do óleo, produto nobre e de grande procura no mercado.
Havia ainda nesse momento alguns resquícios da ideia original do inicio do Programa Brasileiro de Biodiesel de utilizar o óleo para obtenção desse produto. A disponibilidade e preço do óleo de babaçu descartaram de vez esse pensamento pelo menos no que se refere à obtenção de biodiesel.
A possibilidade de obtenção de carvão na quantidade suficiente para fazer frente a demanda das guseiras também foi extensivamente analisada e conclui-se que esse atendimento seria apenas marginal frente as necessidades do setor. Para o atingimento de volume significativo, a coleta e carbonização tenderia a ser feita no campo e provavelmente de forma bastante artesanal trazendo prejuízos para o meio ambiente, população e para o relacionamento entre os distintos agentes econômicos envolvidos (comunidades, fazendeiros, etc.).
A carbonização apenas da biomassa interna (endocarpo), por sua vez, requer equipamentos adequados para a correta separação e, portanto, deve ser centralizada em função da tecnologia disponível.
Com tudo isso identificado, ficou claro o que limitava o crescimento de atividades sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ecológico do desenvolvimento do babaçu:
- Tecnologia, e Volume nos processos das distintas áreas envolvidas.
Uma pergunta, entretanto, ficava, e em determinadas situações deve ser sempre uma constante em nossa atividade, precisando, pelo menos, ser trazida a mesa e minimamente respondida: O que levou empreendimentos semelhantes a não terem sucesso? Ou, quem teve sucesso, considerou o que?
Entre os diversos aspectos que encontramos, um se destacava como fator de risco fundamental a ser abordado com a devida atenção: Obtenção da matéria prima. Esse fator se tona ainda mais relevante se consideramos que o babaçu é uma cultura extrativista feita de forma muito primitiva e com aspectos sociais, mitos e particularidades muito peculiares e em muitos casos, bastante divergentes.
Por sua vez, vimos que esse fator era (e é) muito dependente, como outros em outras indústrias, da atratividade que os fornecedores têm para disponibilizá-lo: ou seja: quanto se deveria pagar pelo saco, quilograma, jaca, etc., de coco, para tê-lo na quantidade desejada?
Por outro lado, nosso estudo de viabilidade mostrou que para sustentar um processo de coleta com perspectivas de crescimento, seria importante que se tirasse o máximo do coco e a literatura já falava bastante desse potencial. Assim, resumimos isso como: produtividade. Ou seja, precisaríamos somar esse fator aos outros dois que já havíamos identificado antes.
Entendendo que tínhamos os principais fatores identificados e preliminarmente conhecidos, partimos para a montagem de um protótipo de empresa no ano 2008 a começar pelo seu ponto mais crítico que era a obtenção da matéria prima (originação) com todos os envolvimentos que essa atividade traria consigo e com aqueles aspectos tecnológicos e de volume que havíamos identificado.
Nesse ano, criamos no mês de Março, a empresa que denominamos Florestas Brasileiras e focamos nossos esforços, principalmente, em desenvolver a nossa capacidade de coleta.
Em 2009, atingimos o que considerávamos o volume que comprovaria nossa capacidade de coleta e que caracterizava, primordialmente, uma relação adequada com os fornecedores (comunidades, fazendeiros, intermediários, etc.) e o uso de tecnologia para transformar o extrativismo rudimentar em uma atividade de maior produtividade.
Nesse momento começávamos a coletar, na prática, o desenvolvimento da empresa baseada em três pilares: tecnologia, volume e produtividade.
Ainda no ano de 2009, começamos a desenvolver o nosso protótipo industrial investindo numa combinação dos métodos tradicionais de processamento do coco com novas tecnologias, particularmente no desenho de equipamentos e uso de materiais próprios para trabalhar com a dureza , abrasividade e diversidade dos componentes do coco.
Instalamos nossa fabrica protótipo em um galpão semi-industrial alugado e não tardou para que começássemos a fornecer para alguns clientes de grande porte e que até hoje são nossos clientes.
Em 2010, concluímos o nosso projeto piloto. Nossa área industrial e de estocagem de matéria prima ficaram muito pequenas a ponto de prejudicar os negócios
Em Fevereiro de 2011, mudamos para o novo local onde estamos até os dias atuais.
Estamos processando de forma integral o coco e obtendo os seus derivados básicos que são: a biomassa, o óleo, a torta e a farinha. Esses são os fundamentos para geração de produtos de maior valor agregado, que estamos começando a desenvolver.